A fazenda destaca-se por ter abrigado cerca de 200 escravos, os quais trabalhavam em um engenho de açúcar - algo bastante incomum para a realidade goiana do século XIX, uma vez que a produção de açúcar localizava-se predominantemente na faixa litorânea do Nordeste e do Sudeste, além do fato de que era grande a dificuldade de se trazer escravos da costa brasileira para o Centro-Oeste do país. Segundo a proprietária, os escravos teriam sido trazidos para Goiás com a finalidade trabalhar na mineração. Entretanto, como o ciclo do ouro foi bastante efêmero em solos goianos, os escravos da Fazenda Babilônia passaram a se dedicar à produção do açúcar.
O passeio começou com um farto café-da-manhã colonial/sertanejo. Em seguida, a Dona Telma nos conduziu por um passeio histórico pela fazenda, o qual incluiu curiosidades:
- dos tempos coloniais, como o fato de a senzala da Fazenda Babilônia ter abrigado escravos solteiros e casados, estes últimos possuindo uma ala separada da dos solteiros;
- dos tempos das bandeiras e da mineração, como um caminho de pedras de Pirenópolis e um sistema de escoamento de água recém-descobertos na fazenda, os quais teriam sido descobertos por acaso pela proprietária, numa tentativa de melhorar o acesso para visitantes;
- dos tempos de Império, como um sino premiado e possuindo um selo de D. Pedro II ou como estórias de estrangeiros que se faziam padres da noite para o dia, apenas para receber ofertas pela realização de um batismo ou casamento (devido à dificuldade que encontrava a Igreja em enviar bispos e padres para a região - a maioria morria ou adoecia no caminho, os clérigos eram, portanto, raros em Goiás);
- dos tempos de República, como uma baioneta e chapéu que teriam pertencido a Carlos Prestes, o qual teria se hospedado na fazenda;
- sobre expressões do nosso dia-a-dia, como "vou puxar palha" ou "fulano enquanto descansa, carrega pedra";
- sobre a história de Pirenópolis, como uma placa de carro-de-boi, artefatos usados nas cavalhadas;
- sobre a história das comunicações, como uma antiga máquina fotográfica, uma antiga máquina de escrever e uma biblioteca contendo jornais da época da fundação de Pirenólopis.
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