Arte: Decy Foto: www.facebook.com/decy.graffiti |
Estou parada no ponto às 18 horas, esperando o ônibus passar. Quanta demora, vinte minutos ali esperando, as pernas já doem da correria do dia-a-dia, e em meus pensamentos, imagino ir sentada naquele ônibus, mas ao ver a quantidade de pessoas ali junto comigo, desisto da ideia, e apenas torço para conseguir entrar no primeiro ônibus que passar. E no meio de tanta gente, percebo um monte de olhares diferentes, uns mais tristes e cansados, outros mais animados na medida em que a realidade permite. E daí me surge o seguinte pensamento: Como será que esses olhares veem a realidade?
Arte: Decy Foto: Ailton Sousa |
Uma pergunta cuja resposta me surgiu facilmente. Ao ver uma movimentação estranha no meio da rua. Um monte de gente ia se aglomerando ali. Curiosa e astuta que sou, resolvi averiguar os fatos. Uma oportunidade de investigação não passaria em branco para uma estudante de jornalismo. À medida que me aproximava daquela multidão um frio me surgia na barriga. E não era para menos.
Arte: Decy Foto: Ailton Sousa |
Uma quantidade enorme de pessoas com celulares na mão filmando o que acontecia. Paparazzis, fotógrafos, repórteres e pessoas curiosas. Todos filmando e colocando na internet aquele fato incomum. Um fato capaz de parar tanta gente, de atrair tantos olhares, de fazer as pessoas pararem o seu mundo, o seu serviço para verificar. Seria isso, apenas curiosidade humana? Não sei, não soube responder. Ou não sabia até ver o que tanto olhares observavam atentamente.
Arte: Decy Foto: Ailton Sousa |
Numa noite de inverno, fria que só. Era um corpo. Sim, um corpo, que deitado ali estava. Uma mulher nova, muitos anos ela ainda tinha para viver. Mas infelizmente, aquele era seu fim. Um atropelamento lhe tirou a vida. E lhe deu uma atenção que num dia qualquer ela nunca teria. Uma multidão de olhares para apenas verificarem seu triste fim. Ninguém podia fazer nada. E só lhes restou observarem aquele trágico fim de uma vida.
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